Em um ano e meio de atividade, a empresa de brindes corporativos Doce Dose migrou de Microempreendedor Individual (MEI) para microempresa (ME)

Por Jornal de Negócios do Sebrae/SP

access_time28 out 2018, 08h00

Sair de um emprego para se arriscar no empreendedorismo exige preparação e coragem, ainda mais se sua experiência anterior como dono de um pequeno negócio terminou de forma ruim.

No caso de Carla Storelli, 47 anos, a segunda tentativa mostrou que, com planejamento, é possível dar a volta por cima em grande estilo: em um ano e meio de atividade, sua empresa, a Doce Dose, migrou de Microempreendedor Individual (MEI) para microempresa (ME), conquistou a confiança de grandes corporações que se tornaram seus clientes e hoje comemora o crescimento de 90% do primeiro semestre de 2017 para o mesmo período de 2018.

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Carla é publicitária e atuou por muitos anos em agências e departamentos de marketing de multinacionais, mas encontrou no seu conhecimento e em uma lacuna percebida no mercado o segredo para virar dona de um negócio de sucesso: uma empresa que produz brindes corporativos personalizados.

A trajetória de Carla começou de forma bem relutante. Ela trazia na bagagem a difícil experiência de ter falido o primeiro negócio, uma confecção infantil que lançou em sociedade com uma amiga estilista.

“Iniciamos a empresa sem nenhum planejamento prévio, sem uma reserva financeira e sem preparo para esse mercado. De cara, fomos participar de uma importante feira do setor, fizemos um investimento alto que não trouxe o retorno devido e quebramos”, lembra.

Mas a rotina pesada que ainda mantinha como funcionária de uma agência de publicidade começou a atrapalhar uma outra área da vida, a maternidade. Para conseguir estar mais próxima da filha pequena, o empreendedorismo novamente virou uma opção para Carla, só que desta vez a história começou diferente.

Ela saiu da agência determinada a investir em uma inspiração que teve no dia a dia do trabalho. Como atuava na área de eventos e estava sempre buscando fornecedores para executar as ideias dos marqueteiros, invariavelmente recebia os mesmos tipos de brindes – o mais do mesmo. Foi quando decidiu pesquisar as novidades desse setor e criar um produto para brindes corporativos personalizados em forma de “doses medicinais”.

No primeiro contato que fez, com uma amiga do departamento de marketing de uma grande empresa, conseguiu uma reunião para apresentar uma opção de brindes para o Dia das Mães.

“Entrei lá só com a ideia e uma amostra, sem equipe e nenhum real no bolso. Saí da reunião com a primeira encomenda de 350 brindes. Tive de pedir ajuda ao marido para comprar os insumos e entreguei. Dali em diante, os contatos aumentaram e as encomendas também. Foi então o momento de estruturar o negócio para fazer tudo certo dessa vez”, diz.

Carla procurou o Sebrae-SP e começou a fazer as consultorias de gestão nas áreas que tinha mais dificuldade, mas a guinada mesmo veio depois do Empretec. “O curso me ajudou a resgatar a autoconfiança. Comecei a Doce Dose com o freio de mão puxado e o curso me ajudou a enfrentar esse risco”, destaca. Hoje a empresa conta com três funcionários e ela contratou uma agência para cuidar das artes e da divulgação dos produtos.

Histórias de empreendedorismo que não deram certo muitas vezes acabam desanimando o empreendedor, mas para Carla essa decepção foi um combustível para não desperdiçar a ideia e oportunidade de negócio identificadas. “O maior aprendizado dessa jornada, além de conseguir definir um nicho de mercado e focar nele, foi fazer as coisas com planejamento, porque sem isso vai chegar a hora em que a empresa degringola. Hoje sei que o crescimento é uma questão de tempo, porque já está tudo planejado”, completa.

Até o fim do ano, o próximo passo já está previsto: mais quatro novos colaboradores serão contratados para formar a equipe de vendas e reforçar a equipe de produção.

Fonte: https://exame.abril.com.br/pme/empreendedora-supera-falencia-e-abre-negocio-que-cresceu-90-neste-ano/

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